De 23 a 27 de julho, Salvador se transforma no ponto de encontro da força criativa de mulheres cis e trans, travestis e pessoas não binárias que fazem do cinema um grito de expressão, resistência e muito carinho. Chegou a hora do 8º Festival Lugar de Mulher é no Cinema, um evento que não é só pra ver filme, é pra sentir a alma do audiovisual brasileiro feito por quem desafia tudo e reinventa as histórias.
O que começou como uma simples mostra, agora é festival e mostra que veio pra ficar! Essa mudança no nome é pra acompanhar o crescimento e o poder que essa iniciativa ganhou no nosso calendário cultural. Com um olho na representatividade, na formação de um público massa e no fortalecimento das redes de produção e exibição, o Festival virou a vitrine pra obras que, muitas vezes, nem encontram espaço nas telas por aí.
A coordenação mandou o papo reto: “Queremos que o Festival seja visto como um lugar de encontros, de fortalecimento e de visibilidade pro cinema feito por mulheres cis e trans, travestis e pessoas não binárias. E o mais importante: sem que essas obras sejam vistas só pelo lado da identidade, mas como parte essencial do nosso cinema brasileiro.”
As atividades vão rolar em três lugares que são a cara de Salvador: o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), o Espaço Boca de Brasa Centro e o Boca de Brasa 360, lá no Subúrbio Ferroviário. E a abertura, que vai ser um luxo só, acontece no Museu Geológico da Bahia, que também vai receber algumas sessões e atividades pra gente aprender e trocar ideia, junto com as salas de arte da UFBA e do próprio MAM.
Filme que não acaba mais e curadoria de primeira!
Essa edição de 2025 já chegou batendo recorde: foram 392 curtas-metragens inscritos, de todos os cantos do Brasil! Bahia, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal foram os estados que mais mandaram filme. Desse monte, 25 curtas foram selecionados pra fazer parte das três mostras competitivas – Luas, Raízes e Matinê – mostrando a força e a diversidade do cinema feito por mulheres e pelas dissidências de gênero em todo o país.
Na Mostra LUAS, tem filme de todo canto, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. A Mostra Raízes celebra a nossa Bahia, com obras de Salvador, Lençóis e Abaré. E a Mostra Matinê traz curtas da Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná, Minas Gerais e até uma coprodução com Cuba! É pra ver filme que não acaba mais, meu rei!
E o melhor de tudo: todas as exibições são gratuitas, tanto presencialmente quanto online, pra ninguém ter desculpa de ficar de fora. Além dos filmes, a programação tá recheada de oficinas, rodas de conversa, uma masterclass e duas homenagens que vão tocar o coração e fortalecer a memória do nosso audiovisual.
Neusa Borges: uma homenagem à altura da nossa rainha!
Ela nasceu no Dia Internacional da Mulher e desde então não parou de fazer história. Neusa Borges, nossa atriz e cantora que é um símbolo de talento, resistência e brasilidade, vai ser a grande homenageada dessa edição do Festival. A festa de encerramento vai ser dedicada a ela!
Com 68 anos de carreira, Neusa é um espelho no teatro, na televisão e no cinema brasileiro. De Florianópolis, ela começou a cantar nos anos 1950, em São Paulo, e logo estreou na TV com “Beto Rockfeller” (1968), que mudou a história da nossa teledramaturgia. De lá pra cá, ela encantou a gente com mais de 100 personagens, de “Escrava Isaura” (1976) a “Mussum, O Filmis” (2023), que lhe rendeu o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante lá em Gramado. É pra aplaudir de pé, minha gente!
Prêmio Sol Moraes: celebrando as novas vozes do nosso cinema!
E tem novidade boa no pedaço! O 8º Festival Lugar de Mulher é no Cinema vai lançar o Prêmio Sol Moraes, uma homenagem à nossa querida produtora e cineasta baiana Sol Moraes. Essa mulher, há mais de 30 anos, é uma força da natureza no audiovisual, conectando cultura, educação, negritude e feminismos com uma coragem e generosidade que são um tapa na cara do preconceito.
O prêmio foi criado pra reconhecer as novas realizadoras, mulheres e pessoas não binárias que estão começando agora e que, assim como Sol, criam histórias cheias de diversidade, sensibilidade e que querem mudar o mundo. Mais do que um troféu, o Prêmio Sol Moraes é um carinho, uma forma de valorizar a memória viva de quem abriu as portas pra tanta gente passar.
Sol Moraes, com a humildade que é a cara dela, declarou: “Eu fico lisonjeada, claro, porque tem um troféu em meu nome, um sinal de reconhecimento dos meus trabalhos. Mas, principalmente, me encanta saber que todo esse tempo que venho incentivando pessoas jovens a entrar no mercado passa a ser reconhecido com esse prêmio criado pelo Festival. Vida longa ao Lugar de Mulher é no Cinema, que bom que eles estão sempre revelando pessoas novas e buscando também quem estava esquecida”. É de arrepiar!
A primeira a receber esse prêmio massa é a cineasta Rastrocinha Dornelis, uma travesti negra e realizadora que, com sua trajetória que é pura inspiração, vem transformando o nosso audiovisual.
“O cinema sempre foi meu aliado para lutar contra as dores de ser uma travesti, de ser pobre. Sempre foi uma janela pela qual eu sonhei um mundo onde eu seria feliz”, conta Rastrocinha. “E agora, vivendo essa premiação — num mundo onde a gente mata a minha população cotidianamente — isso vem para me deixar em paz, para me abraçar, para dizer que eu mereço estar viva e que eu mereço fazer audiovisual”. Que fala, minha gente!
Com passagens por espaços políticos e atuação na formação de redes de profissionais trans, Rastrocinha ainda arremata: “Eu sinto que alguém me viu, alguém que eu sempre vi — que são as instituições de cinema, que são os outros realizadores no mundo — e eu não poderia estar mais emocionada, grata e ansiosa para viver esse momento”.
Além da premiação, Rastrocinha vai lançar este ano duas ficções: uma que estreia dia 13 de agosto, no Festival Marieta (SP), e a animação “A Lua em Tempestade”, que ela codirigiu. E pra fechar com chave de ouro, ela ainda atua como coordenadora de grupo de roteiro no Projeto Marieta e já concluiu o curso de direção da ABC. É poder que chama, né?
O Prêmio Sol Moraes é isso: a celebração de um legado e a promessa de novos futuros no cinema feito por quem historicamente foi calado e que, agora, finalmente é visto e reconhecido.
Uma trajetória de impacto e muito axé!
Desde 2017, o Festival já exibiu mais de 150 curtas-metragens e fez atividades que impactaram milhares de pessoas. A curadoria é reconhecida por valorizar a diversidade racial, territorial, de gênero e a acessibilidade, firmando o evento como um dos principais espaços de afirmação no audiovisual brasileiro. É pra bater palma de pé!
O 8º Festival Lugar de Mulher é no Cinema é uma realização das produtoras Salamandra Produções, Olho de Vidro e Favelacult Produções, com o apoio do Edital Gregórios Ano IV, da Fundação Gregório de Mattos / Prefeitura de Salvador, da PNAB – Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
Programação pra ninguém botar defeito!
E pra você não perder nadinha, já anota aí a programação completa:
Quarta-feira – 23 de julho de 2025 Museu Geológico da Bahia – MGM
- 18h00 – 19h30 | Cerimônia de Abertura
- 19h30 – 22h00 | Festa de Abertura
Quinta-feira – 24 de julho de 2025 Boca de Brasa Centro
- 08h00 – 10h00 | Oficina – Dia 01
- 10h30 – 12h00 | Mesa: Captação de Recursos no Mercado Audiovisual Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM
- 14h00 – 16h00 | Sessão Matinê 01
Sexta-feira – 25 de julho de 2025 Boca de Brasa Centro
- 08h00 – 10h00 | Oficina – Dia 02
- 10h30 – 12h00 | Mesa: Por Trás da Câmera – Iluminação, Gaffer e Maquinaria do Cinema Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM
- 14h00 – 16h00 | Sessão Matinê 02
- 17h15 – 18h00 | Sessão Luas 01
- 18h30 – 19h15 | Sessão Luas 02
- 19h45 – 20h30 | Sessão Raízes 01
Sábado – 26 de julho de 2025 Boca de Brasa Centro
- 08h30 – 10h00 | Masterclass: Elaboração de Projetos de Animação
- 10h30 – 12h00 | Mesa: Produção para Animação e Games Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM
- 17h30 – 18h30 | Sessão 03 Luas
- 19h00 – 20h30 | Sessão Raízes 02
Domingo – 27 de julho de 2025 Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM
- 15h00 – 16h30 | Mentoria Trajetórias
- 17h00 – 19h00 | Filme Homenageada – Neusa Borges
- 19h00 – 20h00 | Premiação
- 20h00 – 22h00 | Festa de Encerramento
Serviço:
- Quando: 23 a 27 de julho de 2025
- Onde: Salvador (BA) – MAM, Espaço Boca de Brasa Centro, Boca de Brasa 360, Museu Geológico, UFBA
- Entrada gratuita
- Mais informações: @lugardemulhernocinema
E aí, bora se jogar nessa festa do cinema e valorizar quem faz a diferença? Salvador te espera de braços abertos!
Foto: Divulgação